Síndrome do impostor

Publicado pela Fed Finance em Conselhos de emprego
19/01/2023
Síndrome do impostor

Já ouviu falar do Síndrome do Impostor? Este fenómeno psicológico tem um forte impacto na vida do indivíduo, nomeadamente na área profissional. Conheça melhor do que se trata e como lidar com este estado mental que pode desencadear sentimentos negativos com efeitos muito nefastos na saúde.

Não estando classificado como doença mental, o Síndrome do Impostor foi identificado pelas psicólogas Suzanne Imes e Pauline Clance em 1978 que o nomeiam como um fenómeno psicológico caracterizado por ser um mecanismo de defesa pelo qual todo o indivíduo pode passar em determinado momento da sua vida, como resultado de um determinado conjunto de circunstâncias.

Estando presente em homens ou mulheres, este tipo de síndrome está muito relacionado com o sentimento de não ser suficientemente bom, de ser inferior em relação ao outro, ou de acreditar que se é uma fraude no desempenho de uma função. Em termos profissionais, parece existir uma relação direta com o aparecimento deste tipo de sentimento e o desempenho de determinadas profissões 

Os profissionais de áreas mais competitivas como atletas, profissionais de medicina e área da saúde, artistas, figuras públicas ou outros que tendam a ser avaliados e testados mais frequentemente, parecem ter uma maior tendência para desenvolver o Síndrome do Impostor.

Por outro lado, este síndrome pode acontecer em qualquer profissão numa altura de particular fragilidade ou exposição, como é o caso de uma promoção ou perante o aparecimento de um novo desafio profissional.

Os principais sintomas do síndrome do impostor? 

Sentimentos como baixa autoestima, ansiedade, medo, depressão e situações de “burnout” são comuns em pessoas que passam por este tipo de problema. Podemos dizer que começa a ser um problema mais sério quando as atividades da vida diária, começam a ser vividas com grande ansiedade e a representar fonte de grande sofrimento para o indivíduo. 

Esteja atento aos sinais de alerta:

  • Sobre esforço. Uma vez que se julga menos capaz que os outros, a pessoa com síndrome do impostor coloca-se muitas vezes em situações de esforço limite levando ao seu esgotamento físico e mental.
  • Autossabotagem. Por se ver sempre menos capaz que os demais, o indivíduo pode optar por não se esforçar para desta forma não expor o seu trabalho ao julgamento de terceiros.
  • Medo de exposição. A exposição é sempre um momento de grande tensão. O momento de avaliação é muitas vezes evitado ao máximo.
  • Procrastinação. Deixar para mais tarde tarefas e responsabilidades é também uma característica de pessoas com este tipo de desordem uma vez que esta é uma forma de adiar o momento de avaliação.
  • Incapacidade de interiorizar um elogio. Quando elogiados estes indivíduos acham que estão a enganar o outro ou que o seu feito foi mero golpe de sorte ou fruto das circunstancias, nunca se achando realmente merecedores de um comentário positivo.
  • Sobrevalorizar o outro. A tendência para sobrevalorizar as qualidades do outro em detrimento das suas próprias capacidades é frequente. Perfecionistas em demasia, estão em constante comparação, achando que os outros são sempre melhores.
  • Desenvolver atividades de lazer que promovam momentos de relaxamento e descontração física e mental.

Todo este padrão de pensamento leva a sentimentos de ansiedade, podendo mesmo provocar estados mais graves de “burnout” e depressão. 

O famoso caso de Michelle Obama 

Michelle Obama, ex primeira dama dos Estados Unidos, veio a público assumir como a determinado momento da sua vida foi também ela acompanhada por sentimentos de insegurança e de ansiedade. Negra e filha de um bombeiro hidráulico, num país como os Estados Unidos, Michelle Obama refere que foram vários as circunstâncias que a fizeram passar por algumas fases mais complicadas, com sentimentos de maior vulnerabilidade e com muitos os momentos em que duvidou estar à altura das suas capacidades. Numa entrevista em que fala abertamente sobre como foi afetada pelo Síndrome do Impostor, esta indica que aprendeu que “a pior crítica é aquela que vem de nós mesmos e que há que aceitar os medos e inseguranças como uma coisa natural”, sem que isso se torne algo paralisante e que nos impeça de dar o melhor de nós mesmos. Este valioso testemunho ajuda-nos a perceber como este é um problema realmente transversal a toda a sociedade, mas que pode ser ultrapassado. 

Vencendo o Transtorno do Impostor

Se está a passar por um momento de maior ansiedade, saiba que existem várias estratégias que pode adotar para otimizar a sua saúde mental.

  • Partilhar o que está a sentir com alguém da sua confiança.
  • Tentar auto avaliar-se respeitando as suas limitações.
  • Evitar comparar-se ao outro, estando ciente que todos têm limitações e inseguranças. 

A saúde mental é algo valioso na nossa vida e nada se substitui a ela. Apesar de podermos, e devermos, adotar estilos de vida saudável promotores de uma boa saúde física e mental, por vezes torna-se fundamental procurar ajuda profissional, de um psicólogo ou de um técnico de saúde mental para ultrapassar este tipo de problemas. Lembre-se que “nada é mais sagrado do que a integridade de sua mente” (Ralph Waldo Emerson, escritor e filósofo). Conheça as ofertas de trabalho Fed Finance na área de Finanças e Contabilidade e continue a seguir os nossos conselhos de emprego.